Os deputados federais Rodrigo Valadares (União-SE) e Mário Heringer (PDT-MG) discutiram, nesta sexta-feira (18), em O Grande Debate (de segunda a sexta-feira, às 23h), se o aval do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) será decisivo na aprovação do projeto de lei que anistia os envolvidos no 8 de janeiro.
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), disse à CNN que Bolsonaro deve dar aval ao novo texto do projeto que trata da anistia, mesmo que ainda esteja no hospital.
Valadares defende que a opinião do ex-presidente é essencial.
“O [ex-]presidente Bolsonaro como uma pessoa sensível, humanitária, vendo o sofrimento daquelas pessoas, tem tomado a frente desse movimento pró-anistia, mais prova que isso são as próprias manifestações gigantescas que o [ex-]presidente Bolsonaro vem convocando”, disse Valadares.
“Eu vi uma matéria em um jornal que dizia que Bolsonaro é um ex-presidente em exercício, é um ex-presidente que pauta o debate. Então, naturalmente, dentro desse contexto, a sua opinião é muito importante para a elaboração do texto, de um entendimento, do consenso dentro da Casa do que nós vamos votar. As opiniões do [ex-]presidente Bolsonaro, do presidente Hugo Motta e dos líderes vão ser fundamentais para que a gente possa construir um texto que possa virar essa página”, concluiu.
Já Heringer acha que Bolsonaro atua para benefício próprio.
“O PL e o deputado Sóstenes conseguiram um feito, eles conseguiram dizer para o povo brasileiro que a anistia neste momento é pauta nacional, apesar da maioria da população brasileira dizer que não é e é a favor inclusive da punição das pessoas que fizeram aquele ato do dia 8 de janeiro”, disse.
“Acho que Bolsonaro pode e deve opinar sobre qualquer coisa, porque Bolsonaro é um cidadão como qualquer um de nós. Só que quando ele faz esse tipo de opinião, quando ele está colocando em discussão essa situação, ninguém tira da cabeça de ninguém que é uma advocacia em causa própria. Não tenho dúvida nenhuma. Na hora que qualquer texto for para o plenário, qualquer texto que vai para lá vai sofrer emenda, vai sofrer medidas. Ninguém entra para ser votado ali e sai do mesmo jeito, do mesmo tamanho”, concluiu.